A startup carioca Kuba fabrica fones de ouvido modulares e que podem ser atualizados sempre que há uma nova tecnologia; empresa captou R$ 2,4 milhões para lançar novos produtos
Por Maria Clara Dias
Publicado em 04/01/2022 12:46 | Última atualização em 05/01/2022 10:08
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Em 2014, o jovem Leo Drummond decidiu investir em um mercado em expansão, com poucos players nacionais e que sozinho movimenta 25 bilhões de dólares por ano: o de fones de ouvido. A resposta foi a criação da Kuba Áudio, startup fabricante de headphones que hoje já fatura mais de 3 milhões de reais vendendo fones de ouvido ao lado de grandes empresas como Sony, JBL e Phillips.
A paixão por música é o que levou Drummond a empreender no setor. “Ainda na infância, lembro de trocar os famosos disk men’s em busca do aparelho com o melhor fone de ouvido. Sempre se tratou de uma experiência”, diz o CEO. A relação com a música e o áudio foi se intensificando com o passar dos anos, na medida em que o empreendedor passou a fazer avaliações de fones de ouvido em comunidades do Orkut, extinta rede social.
Dos fóruns, ele criou um blog, um site e hoje tem um canal do YouTube dedicado a essas avaliações — que é também o terceiro maior do mundo.
A ideia da Kuba é revolucionar o mercado de áudio a partir de equipamentos tecnológicos, modulares e de menor custo. Isso significa que todos os fones de ouvido fabricados pela empresa são compatíveis entre si. Mesmo com o lançamento de novas linhas, os antigos aparelhos ainda podem receber peças, atualizações e melhorias na medida em que outros produtos são lançados no mercado, como uma espécie de plataforma “Lego” modular e tecnológica.
A proposta é também acabar com alguns dos percalços comuns aos fones de ouvido, como as falhas em apenas um dos auto-falantes ou o rompimento do fio. Com as peças modulares, um cliente pode substituir apenas as partes que quebrarem, sem precisar comprar um novo produto.
O carro-chefe da empresa hoje é o Kuba Disco, lançado em 2015 e que recebeu novas versões em 2021, incluindo um profissional e um para gamers.
A fabricação dos produtos ficam a cargo do escritório da Kuba na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo Drummond, a operação enxuta facilita a prática de preços muito mais em conta. ”Não temos intermediários como lojistas ou prestadores de serviços logísticos. Por isso, um modelo nosso que custa cerca de 800 reais chega a competir com modelos internacionais de 1.500 reais ou mais”, diz.
Em 2016, a Kuba recebeu 188.000 reais para colocar as primeiras 500 unidades do Kuba Disco na rua. O valor veio de investimentos minoritários de investidores-anjo, entre eles Camila Farani, João Appolinário, CEO da Polishop e Shark Tank, Luiz Quinderé, fundador da Brownie do Luiz, e Carlos Júnior, CEO do grupo de inovação e investimentos Sai do Papel — pela qual a empresa é acelerada.
De uns anos para cá, a Kuba duplica ou, às vezes, triplica o faturamento a cada ano. A empresa saltou de um faturamento de 350.000 reais em 2018 para 3,4 milhões de reais em 2021. Para 2022, o objetivo é faturar mais de 9 milhões de reais.
Fonte: exame.com